O empresário Enio Fornéa é um dos nomes mais representativos da história do Atlético Paranaense. Com presença importante na revolução ocorrida no Furacão na metade dos anos 90, Fornéa é mais um dos membros da chapa Coração Rubro-Negro. Confira abaixo a entrevista:
Por que o senhor apóia e faz parte da chapa Coração Rubro-Negro? E como se deu o seu retorno ao Atlético?
Enio: Sinto-me obrigado a explicar a razão pela qual não participei diretamente da vida do clube nos últimos anos, depois de integrar a diretoria na nova fase do Atlético. Em 2002, não me afastei das funções diretivas por existir conflitos pessoais. Poderia até haver conflitos de idéias, próprio de um grupo de pessoas independentes. Sai porque pessoalmente entendi que deveria ser dada liberdade a Mario Celso Petraglia, que criou o projeto do novo clube, e foi o grande responsável pela sua execução. Então, não seria justo que o projeto de quem fez tanto pelo Atlético, tivesse sempre que se submeter à aprovação ou não de outros. Tinha dado certo até então, mas a partir daquele momento, o Clube teria que seguir para um outro rumo.
Eu que participei diretamente até maio de 2000 - sabendo como as coisas ocorrem no futebol atual, e do sacrifício a que as pessoas são submetidas - tinha obrigação de respeitar o que estava sendo feito. Resultados negativos em campo, inclusive nesse momento perigoso que enfrentamos, não podem tornar inúteis as realizações, que transformaram o Atlético em uma potência do futebol brasileiro como instituição.
Esses motivos já explicam a razão fundamental pela qual apóio a chapa Coração Rubro-Negro, com minha participação direta como conselheiro e como integrante do Conselho Administrativo. Seria fácil e cômodo dizer que volto só por causa do Atlético, mas não seria justo. Volto porque, também, não poderia recusar o convite de Mário Celso Petraglia, o qual reputo como o mais importante homem da história do nosso clube. Mas volto também porque me impressionei e me entusiasmei com Marcos Malucelli. A falta de convívio pessoal, às vezes nos impede de conhecer bem as pessoas. Penso que Marcos é a carta que o Atlético tinha guardada em segredo para esse momento definitivo de sua redenção.
Como era a situação do CAP quando José Henrique de Faria era presidente do Conselho Deliberativo?
Enio: Se não lesse os jornais de hoje, não responderia a essa pergunta. É um principio de vida não criticar pessoas em qualquer situação, em especial quando exercem uma função por ideal, como é a de ser dirigente do Atlético. No entanto, ao tomar conhecimento de que o candidato da outra chapa declarou que procederia a uma investigação na administração do clube, não posso silenciar. Sou testemunha privilegiada do zelo e do respeito com que Mario Celso sempre teve pelos interesses do Atlético, e por isso não tenho nenhum constrangimento em defendê-lo publicamente. Aliás, só não se fez mais, por erros antigos de todos os atleticanos, visto que o Atlético encontrava-se em estágio de terra arrasada.
Como o senhor viu a mudança de mentalidade do Clube nos últimos 13 anos?
Enio: Dela, primeiro participei. Depois eu acompanhei como torcedor. Não só mudou a mentalidade do clube, mas do torcedor atleticano. Hoje nós torcedores somos intransigentes com a derrota, exatamente, porque adaptamos o nosso sentimento à mentalidade administrativa do clube. Antes qualquer vitória era um conforto. A mudança de mentalidade, então, não só mudou o clube como instituição, mas também o sentimento de orgulho do torcedor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário